A coleta de plâncton foi bastante simples. Passei uma rede fina com água pela cintura. A roupa protege um pouco do frio, mas mesmo assim chega a incomodar um pouco. O lugar é bem próximo à geleira (Glacier) Stainhouse e as vezes eramos surpreendidos por um pedaço de gelo se desprendendo da parede e caindo com estardalhaço e algumas poucas ondas.
Nada para se preocupar, a não ser....o vento ! novamente do quadrante norte, trazendo um céu cinza e apreensão, pois poderia atrapalhar nossa volta.
Saimos de Steinhouse e fomos direto para o Glacier Lessich, do outro lado da baia. Um lugar paradisíaco, muito por causa de uma cachoeira de águas cristalinas que desciam com um fluxo forte pela encosta rochosa e escarpada da pequena praia de Lessich. Não teve dúvida: a sede foi devidamente combatida com a água que escorria pela pedra.
O gosto dela é algo indescritivel e de uma leveza sem igual. Enquanto coletava plancton juntamente com a Rosa, os outros verificaram a praia à procura de ninhos, e se deliciaram com a água da cachoeira.
Depois de andar mais de 300 metros dentro d'água, juntando a primeira e a segunda amostragem, o cansaço bateu, o vento aumentou, o frio tornou-se um problema, não só para mim como para os outros, e decidimos retornar sem ir a Hennequin. Ainda sim, mais algumas fainas nos esperavam em Ferraz. A primeira, era trazer o bote para terra. Nada que uma dose de bom humor e um guincho forte não resolvam (!).
Depois, filtrar toda a água para as 3 análises que fazemos. O material coletado foi bom: no filtro onde mediremos a concentração de poluentes, pequenos exemplares do Krill Antártico. Quase transparentes e com um peso aproximado de 0,1 g !!! Pouco, né ? mas eles sustentam boa parte da cadeia trófica antártica.
E para terminar o dia, um bom banho, fazer a barba, cortar o cabelo e escrever para os amigos. Nada como um bom dia antártico (!).
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